quarta-feira, 17 de maio de 2017

Vida vegetativa


As mágoas eram parte da vida real... cotidianos impositivos os levavam a percepções de rejeição, de cansaço, de esgotamento. Que iam se tornando aversões quanto a própria existência. Incrustravam-se então, nos cantos de cada um  deles, os nódulos emocionais nocivos, que bloqueavam a espontaneidade para a vivência leve, rejeitando assim qualquer possibilidade de cumprimento das teses fundamentais do esoterismo.
Era evidente devido a inquieta hostilidade expressa que tudo tinha uma causa que se encontrava no passado. Levada em frente que se acumulava... trazendo novas formas, retroalimentadas. Eram possíveis as justificações destes sentimentos, tanto quanto se quisesse. 

Mas só poderiam ser definidos correlativamente, mágoa e indivíduo, ambos os agentes possuíam características similares evidentes a um olhar mais atento. Encaixes de lacunas e colunas tristes davam formas as culpas que se instalavam, oferecendo falso substrato a uma vida vazia.

Seres humanos que não se achavam universalmente realizados, rotinas uniformes que indicavam vidas vegetativas, que não resistiriam ao ser inquiridas sobre seus sensos e significados. Indivíduos fracionados, cujos conhecimentos atemporais contidos estavam esquecidos, abandonados.

Quais as saídas? Total impossibilidade de tornarem-se subitamente ativos, metades dissemelhantes, gente infiel aos seus delírios, mergulhada em fundamentações lógicas e indicações de evidências radicalmente inúteis de fatos sincrônicos justapostos. Não haveria mediações através das quais se pudessem instalar processos de aproximação. Observações doloridas... nada mais a fazer, senão a poesia.

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