quarta-feira, 19 de abril de 2017

Homeland


Faz um tempo que eu quero escrever sobre esta série: Homeland. Que sem dúvida alguma está entre as minhas preferidas, perdendo talvez somente para GOT, e em pé de igualdade com House of Cards, seguida por Black Mirror, Narcos e Marco Polo (que parece ter sido cancelada).

A série foi desenvolvida por Howard Gordon e Alex Gansa, é baseada no seriado israelense 'Hatufim'.  Nas primeiras temporadas, a trama gira em torno do sargento americano Nicholas Brody, um fuzileiro de guerra que é encontrado no Iraque após oito anos desaparecido. Ele volta para os Estados Unidos como herói e passa por um difícil processo de readaptação social. O problema é que a oficial de representações da CIA, Carrie Mathison, passa a acreditar que Brody foi convertido para o islamismo pelo líder da Al-Qaeda, Abu Nazir.

Carrie Mathison, é na verdade a personagem principal da série durante as seis temporadas. E apesar de ser uma espiã genial, e perceber coisas que ninguém mais consegue ver a sua volta, tem transtorno bipolar. O interessante é que é justamente sua doença que a faz ser tão diferenciada. 

A série retrata a CIA de um jeito peculiar, diferente de outras tramas sobre espionagem, que mostram seus agentes como semideuses, em Homeland, os personagens são muitíssimos problemáticos e suas vidas particulares são tomadas pelo caos devido ao vínculo com a agência. E fica claro que o que realmente faz diferença na ação da organização é o material humano.

Um aspecto fundamental, é que os que estão na CIA, são inseridos em um mundo a parte. E quando precisam se distanciar, viver uma vida "normal", isso se torna impossível, pois conhecem como o mundo funciona de verdade e sabem coisas que a maioria das pessoas não faz ideia. 

As narrativas dos episódios são construídas de maneira primorosa, é muito difícil não se deixar enganar e prever algum movimento da série, no geral, ficamos permanentemente surpreendidos. Ah, e sim, segue a tendência dos melhores seriados de hoje em dia, não há conforto... em momento algum podemos nos apegar aos personagens ou esperar finais felizes. É só tragédia.

O conflito relacional é permanente na série, mas vínculos profundos são formados devido a vivências muito intensas na agência. Para mim as relações mais interessantes são o vínculo de Carrie com Saul Berenson, uma relação quase filial, mas que não deixa de ser perversa em vários momentos em virtude da inserção deles na CIA; e a relação dela com Peter Quinn, um romance que nunca acontece de verdade, mas tem raízes profundas.

Recomendo a série... daquelas que eu não consigo parar de assistir, ficando horas a fio em estado semivegetativo... e sentindo um enorme vazio quando acaba. Tem 4 temporadas na Netflix, as outras duas você tem que baixar fora. Mas é imperdível e está entre as melhores.

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