quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Autobiografismos


As vezes se sentia Pedro, as vezes, era Raul... e  numa luta constante contra tudo quanto era capaz de criar dentro de si usurpação da identidade, assim ela ia... as vezes ia e não voltava... as vezes nem ia... só ficava, assistia, uma dança estranha que a consumia, movimentos de corpo que lhe paralisavam a alma... remédios ineficazes, construindo uma pseudo calma. Então aquela que era ela realmente, se revoltava diante de tantas faces medíocres, estímulos vazios... e as máscaras que iam surgindo, precisavam sempre ser renovadas numa tentativa frustrada de encontrar-se pelo método errado. Um passo antes do fracasso... não objetivo, socialmente aceito ou não... o fracasso de negar-se a si mesmo.... não encontrava palavras para as contradições... eram tantas. Todas eram amandas, mas nenhuma era realmente ela, aquela que no fundo sabia onde estava, mas não acessava... mas estava lá para lhe dizer que nada ia bem... optava então por uma dose autêntica de conhaque barato, um cigarro... que pobre metáfora de si mesma... 

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Narrativa Insética


Eram quatro, em meio a imensidão do mar, dentro de um barco qualquer à deriva. Mas ao mesmo tempo que as identidades daqueles seres permanecia intacta, não eram eles, sua forma era forte, esoesquelética... contudo, de uma estatura minúscula. Seguiam mar a fora, sob a liderança de um deles, cuja aparência não oferecia nada de especial, era tão frágil e feio quantos os demais que ali estavam perdidos, porém sem haver neles todos, nenhuma consciência disso. Sentiam-se confiantes, como quem dominava naquelas águas infinitas, sem saber ao certo de onde vinham e para onde iriam... apenas levavam consigo a sensação de que suas vidas quaisquer eram extremamente relevantes. Ironia... quatro insetos navegantes que se sentiam praticamente vikings, desbravadores, pontas de lança da formulação para um mundo novo. Tudo lhes parecia oportuno, cada brecha, situação adversa lhes era atraente e uma oportunidade para o exercício de sua petulância. Quem os visse de cima, sentiria por eles um misto de repulsa diante da distorção que suas auto-imagens lhes forneciam, como também  uma certa admiração por que tal distorção dava a eles uma coragem sem precedentes. Sentiam-se assim, como que algo uno, sem precedentes... e talvez fossem mesmo, talvez dali fosse possível nascer grandes soluções. Todavia, a ausência de linearidade da vida não poupou a pobre existência daqueles quatro artrópodes... talvez se tivessem tido todas as condições favoráveis, seriam o que nenhum outro conjunto de seres pequenos puderam ser. Mas não. A vida é assim, nenhuma trajetória se daria em meio a apenas condições positivas... os grandes sempre passam pelo deserto, ou no caso de quem navega, pela tempestade, quem vive nestes extremos, se continuar a viver, jamais volta a ser o que era. A chuva chegou, o mar passou de calmo a revolto, atingindo aquele pedaço ínfimo de existência. E então, já não eram quatro... tornaram-se três. E em terra firme, já em forma comummente humana, através de seu inimigo, lhes fora entregue os restos mortais inséticos de um companheiro! Com a finitude daquele, jamais foram os mesmos artrópodes petulantemente navegantes ao mar! Eram alguma coisa qualquer, uma lembrança, uma brisa daqueles tempos de mocidade.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Filosofia Simplória

Era uma verdade que a sua vida estava repleta de melancolismos e incômodos... mal saia de um conjunto de questionamentos, enfiava-se em outros tantos novos, porém anacrônicos, dentro de um eterno reciclar de filosofias simplórias. Vendo assim, pelos prismas comuns dos cotidianos materializados em bençãos e maldições combinadas paradigmaticamente... aquela existência parecia um tanto entediante. Todavia, não era! O tédio aparente que lhe estava impresso parecia enorme, somente porque, tudo lhe era gigante. O que evidenciava justamente a ausência total de tédio. Bastava um dia melancólico, e pronto, já coloria sua vida de tons pastéis como se houvesse ali uma rotina dolorosa.  Não que mentisse para si, mas sua intensidade a confundia os sentimentos e teorias a ponto de por vezes, diante de seus espasmos, rotular a vida com base nas últimas 24 horas.

sábado, 11 de julho de 2015

Entre vícios e virtudes...

Ele morava entre o ser e o não ser... num ponto em que sempre o pertenceria, mas que ela não tinha certeza se este lugar realmente existia. Entre um tempo que não passa, e que nunca veio. Ou talvez fosse mesmo apenas um meio, um ínterim. Um espaço de encontro consigo mesma, uma memória viva, sua, mas externa a si... um exercício de amor próprio através dos olhos e alma alheios, talvez essa fosse a mais honesta definição de amor. Lisonjeiro. Entre vícios e virtudes, entre a paixão e a vaidade, entre a sedução e a verdade, do vulgar ao transcendente... ele simplesmente, continuava lá.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Vínculos avessos e o dado de um mundo adoecido

         
        Acho curioso como as pessoas são capazes de construir vínculos imaginários ou virtuais, isso para o bem e para o mal (no geral para o mal). Tenho visto posturas estranhas neste sentido. Pessoas que desenvolvem certa obsessão sem nunca terem tido uma história de verdade com a outra. Uma adoração, direta ou inversa (refletida em ódio) por alguém que não deseja se relacionar. Nas últimas semanas acompanhei três casos curiosos. 
         O primeiro de uma amiga que está sendo perseguida por um fake no facebook, que a injuria e a difama sem motivos. A pessoa não se identifica e pela fala, podemos imaginar quem seja. Mas me espanta a baixeza que alguém pode chegar criando um e-mail, depois um fake e após isso escreve um discurso que destila ódio contra alguém que não está nem aí com a existência deste indivíduo.
         O outro caso que observei é a respeito de uma outra cidadã, namorada de um amigo meu, que desenvolveu uma certa obsessão por mim, a ponto de tentar se aproximar das maneiras mais esdrúxulas, cujo discurso vai da mais nobre admiração até uma raiva sem motivo. Tive notícias, por fontes seguras, que a menina chora dizendo da imensa vontade que tem de se aproximar, mas todas as vezes que chega perto de mim, destila veneno, tenta me prejudicar, estabelecendo assim uma relação esquizofrênica da qual quero a mais absoluta distância. 
         O terceiro caso, mais comum, porém não menos irracional, é o de um rapaz que conheci no face, me chamou para sair e se apresentou como sendo a melhor pessoa do mundo, apresentando assim suas melhores intenções de amizade. No entanto, ao perceber a minha não reciprocidade plena (porque no fundo até pensei em dar uma chancezinha pro cara) em dados amorosos e românticos, imediatamente passou a jogar indiretas  de ataque no facebook, construindo assim, apenas em seu Universo paralelo uma relação que no máximo dera o primeiro passo a um possível vínculo.
         Acho que estes três casos específicos refletem doenças gerais de nosso tempo, e talvez de outros tempos também, que eu não tenha vivido. Talvez isso seja um reflexo da artificialidade que as redes sociais tem proporcionado no que tange as relações humanas. Porque de certa forma vemos as movimentações de várias pessoas que não nos relacionamos de verdade, e para alguns isso acaba por gerar noções distorcidas dos vínculos reais.          
         Confesso que essas coisas chegam a me preocupar. A capacidade alheia de ao invés de gastar energia para construir relações saudáveis, optam por obsessões unilaterais. Para mim, é um dado de um mundo adoecido. Haja oração!!!
          

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Atemporal


Traduz-se em uma pulsão atemporal, de nome duplo, popularmente excêntrico. Atemporal porque nasce e renasce, tanto em mim, como em si mesmo. Praticando assim uma possessividade despretensiosa, que me toma e retoma. Explorando a dúvida... demarcando certezas... a leveza. O privilégio de não ser. A beleza... a beleza de não ter, mas possuir, num momento, fora do tempo... ausente do cotidiano, dos planos e contra planos. A doçura do descompromisso, repleto de uma afetividade que sacia... vicia... envolve.

domingo, 8 de março de 2015

Oração


Restaura em mim a poesia, Senhor,
Para que a indelicadeza do mundo 
Não fira a minha alma com a morte.
Para que a minha vida não se torne 
Mais uma sobrevida qualquer,
A mercê do azar ou da sorte.
Restaura em mim a poesia, Senhor,
Afasta de mim, ó Deus, o pragmatismo vazio,
O labirinto da razão.
Dá-me novamente a simplicidade,
A percepção infantil da beleza,
A minha outrora insustentável leveza.
Guarda-me à desatenção.
Guia-me de novo pelo caminho do perder-se por amor,
Restaura em mim a poesia, ó Senhor.



terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Caso nos falte... não somos!

            
           Certas coisas das quais usufruímos na vida acabam por se tornar naturais a nós. Nem imaginamos a possibilidade de não tê-las, a não ser que as percamos. Uma questão que demonstra bem isso é a crise hídrica do momento. Ninguém queria debater sobre o tema até passar a ser um assunto urgente. Até sofrermos na pele a falta que a água nos faz. Até ricos e pobres terem seus banhos igualmente racionados... então pronto, temos um tema universal, presente na pauta do dia.
              E assim é a vida em todos os sentidos. Nos relacionamentos, pessoas que só percebem a felicidade que o outro lhes traz, quando já não podem mais desfrutar daquela presença. Gente que acha que o parceiro é mais um beneficio acessório para seu próprio prazer. Pessoas que não saber o valor das relações, das reciprocidades. Nem em romances, nem em amizades.
             Ou ainda coisas da vida cotidiana. Dias atrás, no trabalho, tivemos falha nos aparelhos telefônicos... o serviço ficou prejudicado, o esforço para a realização das tarefas ficou muito maior. Um objeto que usamos diariamente, incorporado ao dia-a-dia, ao qual não damos grande atenção.
              Hoje, ouvi de um amigo, descrevendo as palavras de um outro conhecido, que passou por muitas faltas na vida e não passa mais, disse algo como, "que bom é ir ao mercado e não precisar olhar o preço das coisas." Achei interessante pensar como a falta molda nosso caráter. Esse alguém que já teve falta e hoje não tem, sabe o valor das coisas, valoriza suas conquistas e também acaba por ser mais humano com quem está em volta, pois entende as posições diferentes na vida e o quanto elas são mutáveis.
              Pessoas que nunca receberam  "não" , naturalizam todos os benefícios que a vida lhes dá. Subestimam os presentes, as bençãos, os esforços alheios, sentem um pouco como se fossem o centro do Universo, e transformam, dentro de seus corações, favores dos outros para consigo, em obrigações. 
             Enganam-se muito esses que assim agem e sentem. Pois a própria vida, o próprio respirar, é graça, nos é dado. Não somos capazes de nos auto-sustentar vivos no Universo. Caso nos falte o ar, não somos. Caso nos falte a luz, não somos. Caso nos falte a água, não somos. Caso nos falte alimento, deixamos de ser. E mesmo que não nos falte nada, um dia deixaremos de viver. Não somos capazes de impedir a nossa finitude. Por isso, não há atitude mais adequada do que vivermos em gratidão.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Cafonice e as Redes Sociais

               

               Cafonice pode ser definida como a atitude ou o estado que faz com que algo seja brega, pedante, exagerado, provinciano, excessivamente egocêntrico ou inadequado ao espaço ou tempo em que se encontra. Na verdade, o que é cafona para alguns, pode não ser cafona para outros. Resumindo, cafonice é mais ou menos aquilo que nos causa uma certa vergonha alheia. 
         No entanto, antes da internet, as coisas ou atitudes cafonas eram mais escondidas, restritas a maneiras de se vestir ou se portar. Ou ainda, podíamos (e ainda podemos) encontrar a cafonice por excelência nos romances... porque gente apaixonada é cafona, falando igual criança, inventando apelidos ridículos e fazendo tempestade em copo d'agua por causa de qualquer coisa (e quem nunca, né?)... fora o ciúme, que não tem coisa mais cafona do que a pessoa ter sentimento de posse por um outro ser humano. 
                Um dos principais ícones da cafonice é o cantor Falcão com seu paletó xadrez e  girassol no bolso, distribuindo atitudes exageradas... no entanto, ele é bem caricato. Há quem considere Rei da Cafonice o inestimável Roberto Carlos... quem disse isso tem lá suas razões (apesar de eu ser fã dele, com cafonice e tudo... "esse cara sou eu...").
             Contudo, com a consolidação e popularização das redes sociais penso que houve uma proliferação desta característica entre todos nós... ou então todo mundo já era cafona e resolveu sair do armário. São muitos os exemplos. Podemos começar com o selfie... e como se já não bastasse isso, as pessoas resolvem publicar sua fotinho e "filosofar" em cima, citando assim, os mais variados tipos de frases de auto-ajuda, indo de Augusto Cury a versículos bíblicos.
                A verdade é que redes sociais são cafonas por excelência porque giram em torno de uma lógica egocêntrica e não verdadeira. A grande maioria das pessoas tutela sua rede de maneira a sempre parecer feliz, alegre e contente. E honestamente, ostentar felicidade o tempo todo está no top dez das coisas mais cafonas. Mas, outra coisa muito cafona das redes sociais são as demonstrações de sofrimento... gente que nunca gostou de poesia, citando Fernando Pessoa. Rubem Alves está entre os prediletos para o exercício da cafonice. Enfim, poderíamos dar mil exemplos.
                  Mas o fato é que todos nós, de um jeito ou outro, não resistimos a algum tipo de cafonice nas redes... uma citaçãozinha aqui, um selfizinho ali, um desabafo acolá acabamos por entrar na onda... porque no fundo não há nada mais humano do que ser cafona.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Maringá e as minhas esperanças para 2015

            
             No início da minha adolescência, há mais de uma década atrás, Maringá, a cidade em que moro, era um município culturalmente efervescente. Lembro-me da quantidade de shows, peças de teatros, concertos e exposições as quais eu costumava frequentar. 
              Contudo, pouco tempo depois, percebi um certo esfriamento na cidade. Os poucos produtores culturais que haviam por aqui foram desanimando, os melhores artistas plásticos passaram a fazer suas exposições em outras cidades maiores,  muita gente que contribuía com este aquecimento cultural se mudou e de repente já não havia mais nada. Nem shows, nem peças, nem exposições... as vezes  rolava um ou outro concerto ou apresentação de ballet clássico.
               E não por acaso, neste mesmo período de escassez cultural, cheguei a saber de alguns projetos de lei propostos por vereadores de bancadas religiosas que tratavam sobre toques de recolher a meia noite, mas que não chegaram a passar, mas que foram aplaudidos por muitos setores da cidade. 
               Então, o tempo passou, tivemos um longo e tenebroso inverno... a ponto de até as tradicionais festas de carnaval dos clubes serem canceladas por vários anos consecutivos. Neste tempo, Maringá continuou sendo uma bela cidade em termos de paisagem e organização, principalmente em sua área mais central. Eu diria que por um bom período, nossa cidade nos deu a impressão de ser do tipo linda, mas vazia de conteúdo. Assim, do jeitinho que a classe média cristã tradicional gosta... "tudo lindo, tudo em ordem... e sem muitos espaços públicos de uso coletivo para não ficar criando problema."
               Por sorte ou benção de Deus, nesta pior fase da cidade, foi o período em que eu estava na Universidade, que sem dúvida alguma, era e é um grande pólo de resistência à mediocridade cultural do município.
            No entanto, Maringá cresceu, e passou a atrair mais investimentos e mais gente de fora, pessoas que trouxeram consigo outras visões de mundo. As universidades também cresceram, a UEM incorporou cursos na área de arte em seu rol, novos grupos surgiram e até pastores e padres mais progressistas tornaram-se cidadãos maringaenses, e aos poucos vamos percebendo que a cidade volta a ter timidamente uma vida cultural, com uma iniciativa aqui e ali. Desejo muito que deixemos definitivamente de ser um grande sítio iluminado, a casa grande da senzala, e passemos finalmente a ser uma cidade pólo cultural. Esperanças para 2015.


terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Sobre Padrões Estéticos e coisas afins...

                   
                    Faz um tempinho que não faço as vezes da casa e dou as caras por aqui. Mas como estamos no início do ano, tempo de recomeços e resignificações resolvi voltar e exercer umas das minhas mais pretensiosas e prediletas atividades: escrever. Portanto, vamos ao tema (risos).
                 Desde alguns meses atrás quando mulheres no facebook começaram a postar fotografias chamadas "sem filtro e sem maquiagem" juntamente com os desafios para outras mulheres, tenho refletido sobre o tema beleza e estética e cheguei algumas conclusões um tanto intrigantes.
                      Quem me conhece sabe que nunca tive problemas de auto-estima e nem de má aceitação da minha imagem... muito ao contrário e não por acaso. Contudo, quando percebi este movimento de mulheres que precisam ser desafiadas para assumir sua própria imagem de maneira autêntica, fiquei um tanto incomodada. Porque um movimento feminino nunca é exclusivo deste gênero, é sempre um movimento geral do que as pessoas acreditam ser o padrão. 
               Portanto, se pensarmos na lógica de que aparecer de "cara lavada", é um evento, um acontecimento sem precedentes... significa então que diariamente as pessoas tentam sustentar uma imagem que não condiz exatamente com o que são. Além de eu achar isso tosco, hipócrita e falso, também considero muito triste.
                   Depois desse fato ocorrido nas redes sociais, pude observar que o cotidiano das pessoas tem sido assim... tenho amigas que caso esqueçam seus estojos de maquiagem numa viagem, são capazes de voltar pra buscar... mulheres que não admitem que alguém poste fotos delas de maneira espontânea sem prévio tratamento. Conheço pessoas que se endividam para garantir um guarda-roupas de acordo com um padrão de moda que sabe-se lá Deus quem criou. Conheço meninas que colocam cabelo falso porque não aceitam o seu próprio e sofrem com isso.
               É claro que não estou aqui a criticar cuidados consigo mesma, nem uma parcela equilibrada de sendo estético e vaidade... mas sim para questionar uma escravidão imposta às mulheres e pelas mulheres a si mesmas também. Pergunto onde foi parar nosso senso de leveza e felicidade. Questiono a qualidade de vida dessas meninas doentes para alcançar o pseudo-padrão de beleza. Pergunto onde está nossa admiração pela auto-imagem que carrega nossa própria história. 
              Honestamente não acredito em beleza sem autenticidade, nem creio que pessoas que não tem coragem de assumir sua própria imagem se sintam realmente belas. Porque, vão por mim garotas, o sentir-se bonita não está necessariamente ligado ao ser bonita frente aos padrões midiáticos. Tem muito mais a ver com a auto-estima e o quanto fomos amadas e encorajadas para vida desde criança por aqueles que deveriam ter feito isso. Somos o que somos, e beleza é conjunto infinito de elementos que um ser humano em sua plenitude pode demonstar... equilíbrio, alegria, inteligência, fé, imagem...entre tantos outros. E caso você leitor que não me conhece ache que isso é papo de gente feia... de antemão aviso... realmente não é o caso.
            Conheço pessoas lindas (no que tange aos padrões estéticos), homens e mulheres, mas que são infelizes, vazios e com auto-estimas quase inexistentes, possuindo atitudes de autos-sabotagem e auto-desvalorização constantes... gente que inicia seus relacionamentos com ansiedade e baseados em desamores ou mentiras.
                  E por último, eu diria que caso o desafio pudesse ser feito por mim, numa resignificação para o novo ano que começa, eu desafiaria as pessoas, e principalmente as mulheres, a se amarem mais  e assumirem uma postura mais autêntica e feliz... porque quem tem recurso interno de verdade, quem tem alma interessante e complexa, pode até se aproximar por um senso estético de atração, mas só permanece perto e junto de quem tem muito mais a oferecer.