segunda-feira, 23 de abril de 2012

Adaptação


Faz quase um mês que um dos temas principais da minha vida é me adaptar a vida louca de morar em São Paulo. Acho que estou indo bem. Já sei pegar ônibus e metrôs para ir e voltar de casa ao trabalho e do trabalho pra casa. Também já sou cliente de um salão de beleza destes super movimentados que podem te oferecer todo tipo de informação, como médico, corretor, diarista, além das dicas de beleza mesmo, que é o que o estabelecimento se propõe. Já contratei uma pessoa para lavar minha roupa, porque querer que eu faça isso, já é demais. Estou a procura agora de uma academia que não seja muito cara mas que também não tenha aquele jeito super popular... que ofereça aulas de pilates e ioga, além da básica musculação e seja no meu caminho pra não pegar trânsito (um problema muitíssimo sério por aqui). Tenho tentado fazer amigos para não sobrecarregar minha amiga Debora com a qual eu moro junto... e tudo vai bem. Minha adaptação anda legal, já que a minha TPM passou e com ela qualquer resquício de depressão profunda com a qual o mundo parecia horrível. Parece que vou pegar gripe, e isso não é bom, será a primeira aqui em Sampa, longe do meu pai que nunca sabia o que fazer direito, mas sempre fazia alguma coisa e da Miriam minha querida secretária do lar em Maringá, que sempre sabia exatamente o que fazer a qualquer hora, mas confesso que ainda prefiro gripe a TPM, porque esse mês foi feia a coisa. Mas acho que além da adaptação estar indo bem, minha felicidade tem outros motivos. Afinal, nada como amar e ser amada e ter passagem marcada pra Bahia!!!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Um pouco mais suave...


Ontem fiquei me perguntando porque estive tanto tempo sem escrever no blog... no início eu achei que o motivo era o fato de eu ter me cansado, algo dentro de mim ter mudado, e o blog representar uma fase que estava passando. Mas acho que não. Este intervalo longo na verdade é devido as mudanças sim, mas não porque não tenha mais demandas internas para escrever... e sim porque eu não estava conseguindo fazer síntese, digerir este novo momento, então era melhor não dizer nada... então calei, fiquei mais de três semanas sem postar, pois qualquer texto que viesse não ia ser de verdade, seria para preencher espaço e fingir que nada estava acontecendo. Agora, que tudo está mais calmo, que a euforia e a empolgação do primeiro momento estão se assentando, começo a sentir de novo minha alma aqui dentro se movimentando. Acho que estou bem, mas longe de 100%. Novas relações de amizade começam a surgir, atividades diferentes, meu tempo vai sendo preenchido e o trabalho vai ficando cada vez melhor, mas esta solidão, inerente a todas as pessoas com um mínimo de reflexão sobre si mesmas e com algum grau de elaboração subjetiva, em mim está em altos graus.   Sei que é um momento, que com o tempo tudo se ajeita, e logo eu sentirei solidão somente nas doses amenas inevitáveis, ainda que esteja acompanhada das melhores pessoas... mas o fato é exatamente esse, que a minha melancolia é crônica, todo mundo que me conhece sabe... mas queria tudo isso de um jeito um pouco mais suave. 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

O que eu queria mesmo...!


Essa de mudar de cidade é algo que deixa a gente muito empolgado... e não nego, tem sido uma experiência ótima. Tenho vivido coisas novas e isso me atrai muito. Sinto-me desafiada, pela vida, pelo trabalho, pela grande cidade. Não há muito do que reclamar. Fui bem recebida por uma amiga aqui e estou bem alojada e aguardando os próximos capítulos da novela moradia (o que precisaria de um outro post pra explicar). Mas tem uma coisa que está pegando. No Paraná, as relações sociais eram muitas e diversas, tanto em Maringá como em Curitiba, era difícil ter um tempo de solidão. Tanto era, que as vezes eu me trancava na minha caverna e tinha que rejeitar altos convites para sair. Aqui a coisa é bem outra. Tudo começa praticamente do zero, não tenho muitos amigos da JPT, não tenho a turma da Universidade e nem do laboratório de pesquisa, não tenho amigos de 10, 15 anos que conhecem a minha história, não tenho igreja, não tenho terapia, não tenho família... parece trágico!! Mas estou bem... juro. O problema é que de vez em quando a solidão bate e ontem bateu fundo. Fiquei morrendo de saudade de um monte de gente, de coisas pequenas, dos detalhes de uma vida inteira, da zona de absoluto conforto que eu tinha por lá. Agora aqui, estou experimentando pela primeira vez o que é ser um adulto, que tem que dar conta de sua própria vida... se eu não lavar a louça ela fica suja, se eu não levar minha roupa pra lavar, ela fica suja... se eu não economizar, fico sem dinheiro... parece óbvio, mas garanto que há um mês atrás tudo era mágico. A roupa, a casa, a louça, o quarto eram auto-limpantes, a conta bancária mágica, o tanque de combustível do carro também. Mas a vida muda! E ainda bem que muda... desafia a gente a crescer, a encarar novos cenários, a melhorar, a ir mais longe, que bom. Mas confesso, a saudade é grande e eu queria mesmo é juntar tudo num mundo só. Unir o trabalho desafiador, o bom salário, o acesso a cultura da metrópole, com aquele conforto da chácara no interior, aquela comida boa pronta na mesa,e principalmente com aqueles amigos e amigas tão amados, tão queridos de toda uma vida!!!