quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Lulus


Faz um tempo que venho refletindo sobre a importância de alguns espaços. Meninos e homens costumam se reunir para atividades lúdicas e saudáveis... seja o jogo de futebol, partidas de sinuca e pocker, jogos eletrônicos... acho um máximo. E no fundo, acho que as mulheres morrem de inveja destes espaços. Por isso, no geral, causam tantos problemas por causa das reuniões masculinas. Falta as mulheres espaços próprios... vida própria. Muitas mulheres se casam ou começam a namorar e esquecem de suas vidas. Vivem a vida do outro, relacionam-se com as pessoas do círculo do outro e por aí vai. Muitas até mudam de cidade em função da vida do outro, submetem suas carreiras a do homem, e com isso, em muitos casos, submetem tudo o mais, pois se afastam do que realmente são. Não gosto disso. Sempre gostei de ser inteira, até mesmo quando não consigo. Gosto de ter companhia, mas acima de tudo gosto da minha própria companhia. Gosto de ser quem eu sou, invisto na minha identidade, que passa pelas coisas mais subjetivas, de reflexões quanto a vida, leituras que faço, músicas que ouço, bobagens que escrevo, meu amor pelos membros de minha família, até questões muito objetivas, como o apego que tenho pela minha casa, cidade, amigos e espaços nos quais eu me sinto bem. Acho que falta isso para a maioria das mulheres... identidade mais sólida, espaços individuais. Por isso, criei um grupo...toda quarta-feira a noite, as meninas se reunirão...começa hoje, aqui em casa... sem fins políticos ou acadêmicos (claro que é um plágio de um grupo que outras amigas minhas já tinham há muitos anos), com intuito de construir um momento em que as mulheres se sintam completamente a vontade, sejam casadas, solteiras, um espaço que fomente a leveza... a suavidade... podemos falar de quaisquer coisas, sentimentos, relacionamentos, filhos, casamento, vestidos, acessórios, esmaltes, cabelo, sapatos, homens, poesia, música, literatura, carros, política, universidade, carreira... não importa. Importa que este espaço nos lembre quem somos... e que não pretendemos ser coadjuvantes... nem por uma vida... nem por um instante.

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