quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Lentidão


Acho que tenho um tempo de maturação das coisas bem específico... quando fazia Direito, volta e meia, em algumas matérias, eu demorava mais do que o resto da turma para entender algumas coisas, algumas matérias, me sentia com auto-estima super baixa por isso... mas sobrevivi, me formei em cinco anos como quase todo o resto, e tenho meu diploma. Sou assim, meio lenta em um monte de coisas, demoro e demoro e se alguém tentar me apressar, desrespeitar os meus tempos, corro, fujo desta convivência. Demorei um tempão para tirar carteira de motorista, reprovei cinco vezes no teste prático, foi terrível, mas hoje tenho carteira, como quase todo mundo, quase todas as minhas amigas da minha idade estão casadas  e com filhos o que é absolutamente normal aos vinte e seis e vinte sete anos e eu me sinto super despreparada para isso... não me imagino nesta situação e no fundo tenho uma certa dó de quem está (com algumas exceções). 
Demoro meses para entender o que acontece comigo emocionalmente falando, precisei de anos de psicanálise para compreender o básico, aquele lance das relações com pai e mãe, primeira infância e tudo o mais... e tenho uma real dificuldade para abrir mão das minhas relações... fico amiga dos meus ex-namorados para poder continuar convivendo com eles e entender direito o que aconteceu, e nunca entendo como tanto eu como eles podemos ser ótimos amigos e como namorados era o caos. Também tenho um tempo específico para demonstrar carinho, afeto. Sou capaz de demonstrações de amor imensas, desde que partam de mim, no meu tempo... minha amiga Kelly me liga toda semana, ela super investe na amizade, acho lindo isso, e ainda bem que ela faz, porque não sou de ligar, mas isso não significa que eu a amo menos, poderíamos ficar meses sem nos falar, que seríamos amigas do mesmo jeito, como é com a Sara, cuja personalidade é mais parecida com a minha, ficamos meses sem nos ver, sem nos falar, mas quando nos encontramos parece que foi ontem. 
Sou assim, lenta, despreocupada, não gosto de provar nada, gosto dos acontecimentos naturais... e quem sofre de ansiedade não pode conviver comigo. Acho até que isso é de família, tenho o sossego do meu pai... esqueço o inesquecível e dou mancadas homéricas devido a minha despreocupação... o ditado popular que mais gosto é "o que não tem remédio, remediado está".
Tenho muito mais sorte que juízo... as pessoas que convivem comigo e me amam de verdade sabem disso, e nem se preocupam mais, ainda bem... ainda bem, isso prova que no mundo cabe todo tipo de pesonalidade.

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