terça-feira, 9 de agosto de 2011

Companhia


Nas minhas andanças pelo meu pequeno mundo tenho muitos momentos de solidão absoluta. Alguns chegam a doer... o coração aperta e não é nada fácil racionalizar isso e seguir em frente. Contudo, muitas coisas na vida são processos extremamente solitários e não temos consciência disso. Muitas vezes estamos completamente sós ainda que acompanhados. Aliás quase sempre que estamos falando da gente, ou de alguma coisa que nos é importante, e outro está pensando em sua agenda no dia seguinte. Acho que momentos de não solidão são raros... é difícil quem realmente se interesse pelo que estamos dizendo, e que vá além do simples cotidiano. Aliás, meu critério de amizade é exatamente este... meus melhores amigos e amigas conquistaram este status assim... aqueles que realmente se interessaram... se envolveram. Mas de fato, são momentos raros... tem situação da vida da gente que é tão complexa, que não há interesse do outro que alcance a nossa alma. No fim, o problema da vida é refletir... quando pensamos bem... mergulhados em nossas angustias ou alegrias, descobrimos que quase todos os nossos momentos são nossos... e quase todos os momentos do outro, são apenas do outro. Por isso, que apesar de todas as minhas decepções afetivas ao longo da vida (e não foram poucas), aproveito ao máximo momentos de real companhia, tento me lembrar que é sempre honra visitar o jardim da alma do outro, e honra maior ainda, é quando alguém é capaz de ter recursos para enfrentar a floresta sombria que antecede o alcance do jardim da minha alma... as vezes demora muito tempo para que as duas coisas aconteçam ao mesmo tempo... tocar e ser tocado realmente. No geral, quase nunca há encontro... as vezes a gente se encontra com o outro sozinho, as vezes o outro se encontra com a gente sozinho... e muito, muito poucas vezes... duas almas se encontram. Confesso, saudade de viver um momento absoluto de companhia!!!

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