terça-feira, 1 de março de 2011

Em terra de cego


Oscar Wild disse uma vez que "poucas pessoas realmente vivem, pois a maioria apenas existe".
Cada vez mais concordo com ele... mas hoje de uma forma um pouco diferente. Quando ouvi essa frase pela primeira vez associei, quase sem querer, a uma questão de classe, pensando então nas pessoas que trabalham o dia inteiro, chegam a noite, assistem novela, mal conversam com aqueles que moram sob o mesmo teto, comem, dormem, e no outro dia começam de novo... continuo achando que isso não é viver, é apenas existir... mas, fiz uma nova reflexão a respeito dessa frase... penso que não só as pessoas que compõe a base do sistema, oprimidas por um regime de trabalho absurdo, apenas existem... acho que esse estado vital vegetativo, falando subjetivamente, vai além. Tem muita gente que pensa que vive, mas não vive... escolhe não viver, escolhe a comodidade, escolhe ser apenas mais um ser medíocre na face da terra, colocando-se um monte de desculpas para não sair do lugar...
Puro "Mito da carverna", vê a sombra da vida e pensa que aquilo é viver... e quando vem alguém e diz que há outro tipo de existência, cedo ou tarde, esse alguém será rejeitado...
É, a maior parte das pessoas apenas existem, por mais potencial que tenham para viver, trancam-se em seu inferno e engolem a chave, fazem com a vida uma troca paupérrima de compensações que mantém tudo no mesmo lugar... e por mais que flertem com uma possibilidade diferente, cedo ou tarde a rejeitarão, seja por ação ou omissão.
Como disse um conhecido meu, contrariando o ditado: "em terra de cego quem tem um olho é odiado, perseguido, agredido e, por fim, tem o olho arrancado. A mediocridade nivela por baixo e não aceita ser denunciada".
O lance é procurar uma terra, mesmo que pouco povoada, em que todo mundo enxergue, pelo menos um pouquinho...

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