terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A melancolia do dia...

Não quero fazer o meu Blog de diário pessoal... já havia prometido isso por aqui, mas acho que hoje vou abrir relativamente uma excessão...
tô com uma sensação estranha... melancolia é a palavra... pois tenho percebido que não é uma tarefa fácil ser um adulto da classe média pra baixo... na verdade, é muito difícil... e terminar a faculdade é um divisor de águas.
Imediantamente você passa a cumprir um outro papel na sociedade, e apesar de ter tido cinco anos para que eu me preparasse para isso, não me sinto pronta para enfrentar a vida totalmente, aquele ditado bem batido serve: " quando vc termina a facul, passa de orgulho nacional para problema social"... porém, muita gente bem mais nova que eu enfrenta coisas muito mais difíceis do que procurar emprego, enfrentar a prova da OAB, a cobrança interna e externa que há...
tem gente que admiro muito que convive comigo que tem filho, e isso é uma luta diária, tem uma galera que tá enfrentando relacionamentos pra vida toda, casando ou morando junto, eu admiro também, porque isso também é um grande desafio...
Eu ainda, feliz ou infelizmente, não cheguei a uma fase avançada dessas... mas mesmo assim sinto-me estranha, como se estivesse saindo da casca, tendo que enfrentar uma nova realidade completamente diferente...pensa só, desde que me entendo por gente, tenho em média três meses de férias por ano, nunca tive outro tipo de férias que não tenham sido férias escolares, é novo fazer parte da classe trabalhadora legitimamente, e assusta. Mas assusta mais ainda, fazer parte da classe trabalhadora e já começar desempregada!!! kkk...
E aí me vem uma melancolia, vem dentro de uma reflexão que a vida é uma luta que nunca para, não dá trela, acabei de acabar um quinto ano de Direito muito pesado... que a gente tinha trocentas matérias, entre elas uma infinidade de práticas e ainda uma monografia pra fazer... sem falar nas mil e uma campanhas eleitorais que participei e gastei muita energia com todas elas em 2010...e diante de todas essas lutas, em boa parte do tempo a gente tá super pronto pra enfrentar, pra lutar, fazer diferença, pra matar uma meia dúzia de leões por dia... mas as vezes cansa, e mesmo com a gente bem cansado, a vida não espera, e as lutas se acumulam...
Janeiro é um mês que parece recomeço, que dá a impressão que tudo se renova, mas desconfio deste conceito, na verdade tenho um monte de coisas de 2010 pra resolver ainda, e parece que eu saí de 2010, mas 2010 não saíu de mim...
Talvez alguns rituais de passagem, para além da minha viagenzinha pra praia, dos espumantes e fogos, sejam necessários...
Tantas coisas à resolver... a sensação é borboleta saindo da casca...
Bem... se alguém, por um acaso perder o tempo para ler este post, de antemão, já peço desculpas... porque tá muito chato... mas é o que tem pra hoje... eu precisava dizer... e na verdade se você leu, leu por que quis, porque talvez vc também esteja meio perdido, meio melancólico, ou talvez esteja aí tirando o maior sarro da minha cara... é justo também...
Bjos a todos...

2 comentários:

  1. Amiga, eu li porque adoro seus textos.. e não tá chato, não.. Tá sincero.. espontâneo.. e isso é ótimo. Anyway.. os desafios são muitos mesmo e existem todos os dias. Seja como for, se vc está se sentindo uma borboletinha saindo da casca, tenho certeza absoluta que vc será uma borboleta linda e que voará muito, muito alto. E, sabe, né? Se um dia uma rajada de vento te derrubar, te ajudarei a reparar as asinhas e levantar voo de novo. Amo-te. "Tamo junto nessa fita, mano!" hahahahaha

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  2. Eu entendo o medo e a apreensão, Amanda. Ainda não cheguei nesse mesmo ponto que vocês (tantas coisas para resolver na UEM, a sensação de que me sabotaram, monografia para defender, etc), mas acho que essa sensação é comum a todos nós. O tal do sexto (no meu caso caso sétimo e, quem sabe, oitavo) ano é a tal da "hora da verdade".

    Conquanto eu compreenda a sensação de receio ao se deparar com essa nova realidade e os novos desafios, eu quero que você compreenda uma coisa: pouca gente saiu daquela faculdade tão bem preparada quanto você. Eu acho que praticamente ninguém conseguiria equilibrar o ano que tivemos e tantos projetos políticos quanto você. E esse jogo de cintura, essa capacidade de conduzir atividades complexas e excessivas, sem contudo perder a eficiência, é a verdadeira marca de um profissional capaz.

    Como costumamos dizer na academia, "firma o queixo e vai pra cima". Agora não é hora de hesitar, é hora de fazer. E essa, minha amiga, sempre foi sua especialidade.

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